Crianças da região do Valo Velho, na Zona Sul de São Paulo, estão sem creche depois de um temporal destelhar o prédio na sexta-feira (23). A instituição atende 126 crianças. Três dias depois da tempestada, a prefeitura começou a remover os escombros, que atingiram casas vizinhas.
A força do vento arrancou o telhado do Centro de Educação Infantil Boa Esperança três, na Chácara Santa Maria, por volta das 17h30. Nove salas de aula, banheiros, um corredor e a escada que dá acesso às salas ficaram descobertos.
As telhas foram parar na fachada da escola e ficaram presas em fios de alta tensão com galhos de uma árvore. Naquele momento, acontecia uma reunião do conselho de pais. Raquel Lourenço Ramos é mãe de uma das crianças e ficou presa no prédio com a filha, de dois anos, outros seis alunos e 33 adultos, entre funcionários e pais.
O grupo só conseguiu sair três horas depois do vendaval, quando a Polícia Militar chegou.
A CEI é conveniada, ou seja, é mantida por uma organização social que tem contrato com a Prefeitura de São Paulo. O prédio de 700 metros quadrados está alugado há sete anos. O mantenedor da creche, Ricardo de Martini, espera reabrir o local num prazo de 30 a 60 dias após o dono do imóvel fazer o conserto.
“A parte estrutural é de obrigação do proprietário, do locador. Então, eu espero que vai dar tudo certo. Eles se propuseram a ajudar, tiveram atitude.”
Parte dos escombros da creche atingiu uma casa, que foi interditada.
A Secretaria Municipal da Educação disse que vai transferir as crianças para outra creche, que fica a 600 metros do local, e vai oferecer transporte escolar gratuito a quem se encaixar nos critérios.
A prefeitura informou que nove casas da região foram interditadas e que as famílias serão incluídas em programas de assistência social.
A Enel disse que foi chamada na sexta-feira, isolou o local para a remoção dos materiais e para a poda de árvore, e que hoje foi chamada novamente para religar a rede de energia.