Passado mais de um ano e meio da assinatura do contrato de concessão à iniciativa privada, os parques da Água Branca e Villa Lobos, na Zona Oeste de São Paulo, ainda apresentam parte dos problemas encontrados antes da mudança de gestão, segundo relatos dos usuários.
Apesar de estarem mais limpos e mais seguros, na última terça-feira (12) os dois locais estão com problemas básicos de infraestrutura que ainda não foram solucionados pela concessionária Novos Parques Urbanos, responsável por ambos os espaços há mais de 18 meses.
Em nota, a concessionária informou que “realiza zeladoria frequente nos parques”, que “assumiu há pouco mais de um ano e vem realizando investimentos neste período”
No Villa Lobos, as principais reclamações atualmente são sobre a falta de manutenção de algumas quadras esportivas e de bebedouros, além da falta de reforma nos banheiros, que apresentam infiltrações, vazamentos, azulejos quebrados e pichações.
“Tenho sentido muita falta de bebedouros aqui. Antigamente a gente encontrava vários sem torneiras. A gente tem que andar uma distância enorme para achar um funcionando. E coincidência ou não, o número de vendedores da água e quiosques cresceu. Às vezes a gente até pensa que é de propósito, para estimular a gente a comprar”, disse o estudante e patinador Vitor Silva Santos, frequentador semanal do Villa Lobos.
Segundo o contrato assinado com o governo de São Paulo em agosto de 2022, a empresa tem até setembro deste ano para concluir 100% da reforma dos banheiros.
Em setembro de 2023, havia constatado os mesmos problemas nos banheiros do Villa Lobos. Na época, o CEO da Novos Parques Urbanos, Rogério Dezembro, havia prometido a aceleração da reforma, que era uma das demandas principais dos usuários.
Na visita da terça (12), foram encontrados ao menos seis banheiros em péssimas condições estruturais, apesar de estarem limpos e com papel higiênico disponível. Esses banheiros atualmente também têm um funcionário do parque na entrada.
Na visita, foram identificados apenas dois dos dez complexos de banheiros do parque em obras. Segundo os funcionários, a reforma do banheiro perto da biblioteca é a mais adiantada e começou em janeiro, mas não tem data para entrega. A área está cercada por tapumes.
Já a segunda unidade, perto das quadras de tênis, a reforma começou recentemente e está em fase inicial.
No parque, também foram encontrados grades furadas, redes esportivas completamente rasgadas e algumas quadras esportivas ainda sem pintura.
O orquidário Ruth Cardoso, um marco do Villa Lobos, continua completamente interditado por tapumes. Na parte de fora do orquidário, água acumulada da chuva servia para o banho dos pássaros quero-quero e uma possível proliferação de mosquitos.
No Parque da Água Branca, na região da Barra Funda, a situação não é diferente. Apesar de muitos funcionários fazendo a orientação e segurança do espaço, logo na entrada do parque é possível ver que nem os vitrais quebrados foram trocados.
A placa que sustenta o nome do parque está torta e segurada por um emaranhado de fios.
Na parte de dentro, foi encontrado prédios interditados por causa de rachaduras, banheiros igualmente deteriorados e três de oito brinquedos infantis interditados há meses no playground.
Venho aqui duas vezes por semana com a minha filha e esses brinquedos estão parados há meses. Tem uma placa dizendo que está em fase de reparos, mas o conserto nunca acontece. Alguns escorregadores foram de fato trocados, e o parque está mais bem cuidado. Mas é bem pouco do que a gente imagina que deveria ter sido feito até agora pela empresa que assumiu”, disse o administrador João Henrique do Santos, morador do entorno do parque.
Segundo a concessionária, a manutenção de um parquinho infantil ocorreu na última semana
“Como é de conhecimento público, tanto as estruturas quanto as árvores são tombadas e não podem sofrer interferência sem a anuência, que já foi solicitada com a entrega de projetos, dos Conselhos de Patrimônio do Município e do Estado”, disse a empresa.
Fonte da matéria: www.g1.globo.com